Ah se tivéssemos um livro didático que realmente nos ensinasse a como explicar certos assuntos a nossos filhos. Claro que cada um tem uma ideia do que quer ou deve falar, mas a verdade é que em meio a tanta informação nos meios de comunicação, fica dificil selecionar o que nossos filhos podem ter acesso.
Quando eu era criança acreditava em tudo, ou quase tudo, que meus pais me falavam. Eles eram tipo Deuses que dominavam o mundo. Na adolescencia descobri que poderia conhecer outras pessoas que aparentemente sabiam mais que eles. A TV colaborou, o rádio, amigos e escola.
Por isso devemos aceitar que nossos filhos não vão ter acesso as irformações somente por nós, com a internet, provavelmente eles já vão vir com a pergunta e com uma ideia da resposta.
Como mãe aprendi que devemos respeitar cada família, forma de criação e etc., mas gostaria de lembrar um conselho que recebi da pediatra da minha filha uma vez:
“Diga sempre a verdade a ela, um dia ela pode descobrir que você mentiu e não terá confiança em você.”
Aos 5 anos minha filha questionou em uma farmácia o que era uma “camisinha”, fiquei meio sem graça, falei meio que por cima que era como uma bexiga, sem entrar na parte sexual, mas ela me bombardeou com perguntas impertinentes até que eu disse “algumas coisas você ainda não tem idade para saber”. resposta clássica dos pais, mas ela me respondeu “ então por que eu fico com essas perguntas na minha cabeça?”.
Fiquei pensando sobre o que a pediatra havia me dito... Mas me calei.
Uns dois meses mais tarde ela ia fazer uma cirurgia de hérnia e fomos a farmácia comprar algumas coisas e ela tornou a perguntar sobre a curiosa “camisinha”...
Abaixei-me do tamanho dela e calmamente fui explicando, conforme ela ia perguntando. Chegamos até a vinda dos bebês, sempre com muito carinho e cuidado, mas a verdade. Chegou um ponto que ela se calou e eu perguntei se queria saber mais alguma coisa e ela me disse que não.
Quando me levantei tinha um senhos atraz de mim que me olhou como se eu fosse o pior ser humano do mundo e se retirou dando um daqueles suspiros de reprovação, mas eu estava tranquila e certa de que eu queria que ela confiasse em mim para questionar qualquer assunto.
Nunca mais ela fez perguntas a respeito até a chegada de seus 11 anos quando estudou na escola sobre a evolução dos orgãos reprodutores. Chegou em casa rindo das amigas e de todas as conversas que ocorreram na sala. “Mãe elas procuraram na internet sobre camisinha e relações sexuais, escondido dos pais e falavam baixinho porque acham que esse assunto é errado rsrsrsrsr”.
Foi bom ver que ela achava estranho não poder falar com os pais sobre o assunto, foi melhor ainda ver a segurança dela em me contar. Somos muito amigas e ela me conta de tudo, acho que não errei em ter conversado com ela. Não devemos deixar que a curiosidade deles nos afastem pois outros se aproximarão e talvez contem coisas que não verdades.
Diálogo aberto é uma ferramenta importante nos dias de hoje, nossas crianças precisam saber que podem nos contar de tudo sem que possamos surtar. Sei que é dificil falar sobre sexo, drogas e vários outros assuntos, mas se “essas perguntas ficam na cabeça deles”, melhor que possamos nós, seus responsáveis esclarecer suas dúvidas efortalecer essa confiança.
Não me entendam de maneira errada, estou contando uma experiencia pessoal, longe de mim dizer como cada um deve criar seus filhos ou o que deve ser ensinado a eles, mas vemos tantos casos de adolescentes sofrendo de depressão e cometendo tantas barbaridades...
Meus pais sempre conversaram muito comigo e com meus irmãos, mas eles tinham tabus que eu mesma tive que descobrir e formar em mim o que eu achava sobre certos assuntos, sem a ajuda deles ou suas opiniões.
Cada um sabe como conduzir sua familia, mas pra mim tem dado certo esse diálogo sincero, inclusive tenho quebrado muitos tabus internos para dialogar com eles e ouvir suas opiniões sem bloquear, sem julgar, só orientar... dificil, mas tem dado certo.