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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014




Toda semana deixaremos uma receitinha aqui no blog, para auxiliar em casa e com as crianças, e até para nós mesmos, porque não?
A primeira receita do blog tem história, antes de passar a receita, vou contar um pouco de como a encontrei.
Embora algumas pessoas pensem diferente, ter um filho alérgico não é uma escolha, acontece, é como um defeito de fábrica, mas sem um concerto imediato ou direito a devolução, afinal de contas, eu posso levar meu filho em milhares de pediatras, fazer milhares de tratamentos, mas seu organismo é que escolhe quando vai responder.
Minha filha mais velha tinha asma por alergia, e embora os médicos dizem que asma não se cura, minha filha não tem mais, já há mais de 3 anos não tem uma crise, então ou asma pode ser curada, ou ela não tinha asma.
Fiz vários tratamentos com ela: vacina, homeopatia, corticóides, natação e etc., mas ela só melhorou quando tive meu segundo filho. Pois é, não sei se a falta da minha proteção excessiva lhe fez bem , já que quando chega o segundo filho a gente se desdobra, mas acaba dando mais atenção ao pequeno,ou se só foi uma coincidência.
Meu filho veio com uma alergia alimentar muito severa, o que acabou com minha auto estima como mãe, porque nós mães sabemos que nos culpamos por qualquer coisa que dá errado. Me perguntei  “por que eu?”, “por que eles?”, “o que eu fiz?”, mas no final das contas, coloquei na minha cabeça uma frase que escutei em algum consultório: “filhos especiais vêm para mães especiais”, e isso me ajudou a superar . A fase da revolta, porque tem essa fase, ela vem junto com o diagnóstico da alergia.
Talvez algumas mães estejam lendo isso e pensando que sou louca, afinal tem tantas doenças mais tristes, algumas fatais que poderiam acontecer, ou deficiências que limitariam o dia a dia de nossos filhos, mas sinceramente, quando soube que ele era alérgico a leite, fiquei desesperada, na minha cabeça tudo tinha leite, e ele não poderia nem entrar em contato com nada que tivesse leite, bolo, bolacha, sorvete, macarrão e etc., pirei no começo, chorei, escutei diversas opiniões, as quais só bagunçaram ainda mais a minha cabeça.
A maior parte das pessoas não entendia como essa alergia funcionava, discutiam comigo e diziam que isso era “neurose de mãe”, em alguns momentos até achei que o médico era louco, que os exames estavam errados e que realmente essas pessoas estavam certas, mas quando meu menino comia ou relava em qualquer alimento que tinha leite em sua fabricação, ele inchava, avermelhava a pele, ficava todo embolado e cheio de coceira, os médicos me disseram que só tendia a piorar se eu continuasse a tentar dar esses alimentos.
Outras pessoas perguntavam sobre a alergia e ao final da explicação sorriam com olhar triste e solidário e dizia “coitadinho”, eu ficava irada, meu filho não era coitadinho, ou não poderia ser visto assim pelos outros!
Então eu decidi mudar, aceitar e ver o que poderia fazer para que ele tivesse uma vida o mais normal possível, afinal, realmente não era o fim do mundo, ele era uma criança saudável com uma limitação alimentar. Comecei a olhar para meu filho, não com um olhar de pena, mas como meu filho, uma criança normal, foi ai que as coisas melhoraram.
Li muito, muito mesmo, entrei em vários sites, conversei com vários especialistas e entendi o que era essa alergia e ai me organizei, baixei receitas, experimentei cada uma delas, a maioria, vou ser sincera, dava errado, o site explicava, mostravam fotos, mas quando eu fazia, ficava uma porcaria!
Então eu comecei a fazer as que davam certo, modifiquei algumas, adaptei, justo eu que odiava ir para a cozinha, daí que 2 anos depois, hoje em dia, eu tenho receita de quase tudo sem leite, neste ano eu até fiz uma festa grande para ele, só com doces e guloseimas as quais ele poderia comer, mas esse assunto fica para uma outra postagem.

Bem, acho que já está bom de explicação, vamos a receita?

Massa para Cupcake sem leite e sem ovos

01 Xícara de Açúcar
02 Xícaras de Farinha de trigo
03 colheres de manteiga (uso a Becel que não tem leite)
01 colher de fermento
03 colheres de coco ralado
01 vidro de leite de coco (para quem não sabe, não tem leite de vaca)

Como fazer



Misturo o açúcar com a manteiga até virar uma pasta, acrescento a farinha e o leite de coco aos poucos, por fim, misturo o coco ralado e por ultimo, quando a massa já estiver bem misturada, acrescento o fermento e mexo bem. Coloco nas forminhas de silicone com o papel próprio para Cupcake e levo ao forno pré aquecido por 40 minutos, mas já fiz ele como bolo comum, é só preparar uma forma convencional e levar ao forno. A massa fica leve, uma delicia, desmancha na boca e se quiser fazer Le formigueiro é só acrescentar um pouco de granulado na massa, ou pode fazer de chocolate, é só acrescentar chocolate em pó, mas para quem tem filho alérgico, atenção nos rótulos, tanto o granulado quanto o chocolate não podem ter leite em seus ingredientes, você pode encontrar esses produtos em qualquer casa de festas, não precisa ser em lojas especiais.
 O melhor é que essa receita é tão fácil que você pode fazer com seus filhos, os meus adoram, participam do começo até o fim, depois enfeitamos os cupcakes com granulados, estrelinhas de açúcar e açúcar de confeiteiro, são momentos especiais.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

 

 

Não basta ser pai, tem que participar!

Quando eu era criança, tinha a visão de que pai era o companheiro da mãe que trabalhava muito e por isso comia mais e tinha o direito de chegar em casa, assistir o jornal em absoluto silencio, o qual era proporcionado devido a muito esforço da mãe que fazia com que as crianças ficassem caladas durante esse período, mesmo que para isso ela precisasse de infinitas ameaças.
Minha mãe, uma mulher meio machista, sempre acostumou meu pai com regalias pouco comuns nos dias atuas, tais como chinelo e toalhinha dispostas na porta do banheiro, prato de comida pronto e entregue em mãos e etc..
Mesmo que em minha infância os pais eram, em sua maioria, descritos dessa forma, meu pai já era um pouco diferente, depois do jornal sempre tínhamos tempo para um game (Super Nintendo), ou uma brincadeira engraçada para ele e dificílima para mim, como quando ele me prendia entre as suas pernas e o desafio era eu me soltar ou chorar para ele me soltar.
Mas hoje em dia, os pais deixaram de serem atores coadjuvantes e se tornaram personagens principais junto as mães, em algumas famílias, eles assumem o papel de mãe e pai, assim como tem muitas mães que fazem o mesmo.
Meu marido sabe trocar fraldas, dar banho e quando chega do trabalho, muitas vezes me ajuda com o trabalho domestico, claro que tem um certo esforço meu ai, afinal, ele também foi criado por uma mãe com visão machista, mas sempre trabalhei fora, assim como ele, então ele sempre ajudou, e tem atividades que as crianças preferem ele a mim, fico com ciúmes é claro, mas poder dividir as responsabilidades é muito bom.
Ao contrário do meu marido, que não sabe cozinhar nada, conheço homens que ajudam com as crianças e ainda se arriscam na cozinha, alguns cozinham bem melhor que as esposas.
Acredito que a sociedade está mudando, os homens estão assumindo um papel muito mais importante na vida dos filhos, o papel de PAI.
Vejo homens na academia com crianças pequenas, nos parques, brincando de  pique, sentados na grama ou areia, ensinando a andar de bicicleta e  etc., sem medo de perderem a pose ou perderem a autoridade com seus filhos.
Eu e meu pai fazíamos coisas muito boas juntos, assistíamos filmes de faroeste, o incrível “MacGyver”, “arrumávamos” a sua antiga “lambreta” e coisas assim, tenho boas lembranças e acredito que a geração de agora terá lembranças ainda mais especiais com seus pais, afinal de contas, não basta ser pai, tem que participar.
E para participar, o pai faz coisas surpreendentes, coisas que eram vistas como "papel de mãe" até bem pouco tempo, como fazer papel de bobo perto dos amigos, receber uma "rajada" de vômito, falar sobre "meninos", brincar de boneca e muitas outras coisas que fazem do pai de hoje um pai mais divertido, mais presente e muito mais pai.



quinta-feira, 9 de janeiro de 2014




Os extraterrestres anões


Imagem retirada do site: http://baobablibros.blogspot.com.br/2010/10/abrazos-con-pupi-blog.html


Quando nos tornamos pais, de uma forma inexplicável acabamos por ser abduzidos por extraterrestres anões, os quais fazem uma lavagem cerebral, modificam nosso dia a dia de tal forma que nos perdemos em meio ao que nos tornamos depois dessa abdução, pelo menos é assim que me sinto às vezes.
Sei que para alguns pais esse meu comentário pode parecer estranho, admiro as pessoas que conseguem ter filhos e manter a vida que levavam antes deles, se é que existe alguém que conseguiu essa façanha de forma literal.
Eu tinha tempo para fazer caminhadas, falar com as amigas, trabalhar, estudar, passava horas no banheiro e etc., agora, mal tenho tempo de trocar de roupa, vou ao banheiro sempre de porta aberta e conversando com alguém e se conseguir permanecer lá por mais de cinco minutos, posso me sentir privilegiada. Quando eles eram menores, a coisa era pior, além de não ter tempo nem para comer e de minhas refeições serem compostas por “restos de papinhas”, pelo menos na maior parte das vezes, minhas noites de sono eram quase inexistentes, hora por falta de sono temporária das crianças, hora por febres e viroses repentinas.
Mas como diria a minha mãe: “ser mãe é padecer no paraíso”, não entendia muito bem essa frase até ser mãe, e não estou reclamando, embora pareça. Adoro ser mãe, mas que a verdade seja dita: você não sabia que ia ser assim, sabia?
Fora os medos. Medo sim, porque é exatamente isso que a gente sente: medo!
O mundo se torna um lugar perigoso depois que temos filhos, o engraçado é que quando éramos adolescentes, tínhamos sempre frases prontas como : “mãe se tiver que morrer, morro aqui ou na rua”, “Mãe aquele brinquedo é o máximo, vira de ponta cabeça e te joga lá em cima, não tem perigo”.
E de repente você olha para o mesmo brinquedo e pensa “meu filho não vai subir nisso”, ou “se tiver que morrer que morra dentro de casa comigo”, não é?
È claro que tem pais que passam por essas neuroses muito bem, ou melhor, nem passam, ou não demonstram, conheço alguns pais que aparentam uma tranqüilidade, um equilíbrio fora do comum, queria ser assim, juro, mas neurose é meu segundo nome depois que fui mãe.
Voltando ao cotidiano e aos extraterrestres anões, esses dias estava em casa com meus dois filhos, uma menina de sete e um menino de três anos, de férias, assistindo televisão, um dos muitos filmes de desenho infantil que fazem parte da minha coleção de “experiências como mãe”, às vezes eles estão dormindo e mudando de canal, acabo deixando em algum desenho, força do hábito, mas enfim, levantei para ir ao banheiro, até porque cada um estava deitado em cima de um dos meus braços e eles já estavam formigando, precisava dar um tempo para eles, ai ocorreu o seguinte diálogo:
 - Onde você vai? - minha filha de sete anos me perguntou.
 - Ao banheiro. – respondi tranquilamente.
 - Fazer o que? – esqueci desse detalhe, nós pais, aprendemos que temos que dar satisfação até para ir ao banheiro.
 - Vou ao banheiro. – respondi com um ar de riso.
 - Fazer o número um ou o número dois? – isso é uma das coisas que fazemos também, damos nomes alternativos a coisas, ações e pessoas.
 - Vou fazer o número um.
 - Mas justo agora, a menina vai descobrir que ela é a princesa! – nós já havíamos assistido aquele desenho mais de três vezes.
 - Vou rapidinho e já volto. – respondi e fui.
Nem bem sentei na privada e já escutei:
 - Mãe, traz água pra mim e eu to com fome.
Pensei comigo: não faz nem meia hora que essa menina almoçou, até deixou comida no prato porque estava cheia.
 - Mãe, eu também to com fome e quero ir no banheiro. – o menor de três anos gritou.
... é,  foi mais um xixi rápido e uma parada pro lanchinho, não para comer, mas para fazer.

 
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